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#51085
Enviado Anônimamente 13/05/2025

Fiz uma biópsia de uma ferida na pele, que não cicatriza. Isso foi ha dois anos, sendo que diagnosticou leishmaniose tegumentar. Fiz tratamento com glucotime e a infectologista me considerou curada da doença. Mas a ferida ainda não cicatrizou. Farei outra biópsia de pele, mas gostaria de saber as possibilidades do que pode ser. Obrigada.

Preciso avisar-lhe que você está lidando com uma doença difícil de tratar e frustrante, especialmente após um diagnóstico confirmado de leishmaniose tegumentar e tratamento adequado com Glucantime. O fato de a ferida persistir por dois anos após o tratamento exige uma nova abordagem diagnóstica cuidadosa. Aqui estão as principais possibilidades clínicas: 

1. Recidiva ou leishmaniose refratária

Mesmo após tratamento, a Leishmania pode persistir em níveis baixos na pele. Em alguns casos, o parasita não é completamente erradicado, especialmente se:

• houve falha terapêutica primária (resistência à droga),

• o esquema terapêutico foi interrompido ou insuficiente,

• o paciente tem imunossupressão leve ou subclínica.

Sinais de alerta:

• reaparecimento de bordas elevadas na lesão;

• nova ulceração ou infiltração;

• ausência de cicatrização progressiva.

2. Leishmaniose cutânea anérgica (forma atípica)

É uma forma crônica e rara, geralmente sem reação inflamatória exuberante, com dificuldade de cicatrização. Pode ocorrer em pacientes imunocompetentes, mas é mais comum em indivíduos com defeitos de resposta celular.

3. Reação tipo granulomatosa crônica pós-infecciosa

Mesmo sem mais parasitas viáveis, pode haver uma resposta inflamatória residual crônica, mediada por células T, como um tipo de “hipersensibilidade retardada”.


Recomendações importantes:

1. Fazer nova biópsia profunda e com ampla amostragem, incluindo:

• Anatomopatológico com coloração de Giemsa e HE;

• Cultura para fungos e micobactérias;

• PCR para Leishmania, se disponível.

2. Testes laboratoriais complementares:

• Glicemia, hemograma, função hepática e renal;

• Sorologias fúngicas e para doenças autoimunes (se houver suspeita clínica).

3. Consulta com dermatologista especializado em doenças infecciosas tropicais.

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