Candidíase recorrente — definida como quatro ou mais episódios por ano — é uma condição comum, mas que merece investigação e tratamento de longo prazo. Abaixo está um guia claro do que fazer:

1. Confirmar o diagnóstico

Nem toda coceira ou corrimento vaginal é candidíase. É importante confirmar com exame ginecológico e cultura vaginal se realmente é causada por Candida albicans (a mais comum) ou por outro tipo como Candida glabrata, que exige outro tratamento.

2. Investigar causas predisponentes

Algumas condições favorecem a recorrência da candidíase:

• Uso frequente de antibióticos

• Diabetes mellitus (inclusive pré-diabetes)

• Uso de anticoncepcionais hormonais com altas doses de estrogênio

• Imunossupressão (incluindo HIV, corticoides crônicos)

• Roupas muito justas ou abafadas

• Higiene íntima excessiva ou com sabonetes agressivos

• Desequilíbrio da flora vaginal (uso de duchas, espermicidas, etc.)

3. Tratar a crise atual e iniciar tratamento preventivo

Tratamento agudo:

• Fluconazol 150 mg por via oral em dose única (ou por 3 dias, se mais grave);

• Ou creme vaginal antifúngico (ex: miconazol, clotrimazol, nistatina).

Tratamento de manutenção (profilático):

• Fluconazol 150 mg 1x/semana por 6 meses é o protocolo mais usado;

• Outras opções incluem lactobacilos vaginais ou ácido bórico (para casos resistentes).

4. Acompanhar com ginecologista

Procure um ginecologista com experiência em vulvovaginites de repetição. Ele poderá solicitar:

• Exame de cultura vaginal com antifungigrama;

• Exames de sangue para descartar diabetes ou outras causas;

• Avaliar flutuações hormonais que possam estar influenciando.

5. Cuidados complementares

• Evite roupas íntimas sintéticas e muito apertadas;

• Prefira sabonetes íntimos neutros e sem perfume;

• Reduza consumo de açúcar e carboidratos simples (que favorecem o crescimento da Candida);

• Avalie se você está sendo submetida a estresse crônico (também pode influenciar).