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#8688
Enviado Anônimamente
09/05/2014
DUÁ, quando tinha tua idade li, pela primeira vez, sobre a Revolução Francesa. Ou, A GRANDE REVOLUÇÃO, como a chamava Troski. Ela ocorreu em 1789, tendo sido a mãe de tudo aquilo que de importante aconteceu no mundo desde então. O texto que li se chamava Declaração dos Direitos do Homem, onde se dizia que "todos os homens são iguais, tendo direito à vida, à liberdade e à felicidade". Até então eu achava que o único direito do homem era o de obedecer. Afinal era o único que, até então, me concediam. Escrevi ali, naquele instante, aqueles dizeres na minha bandeira: "ninguém é superior a ninguém, e vou lutar pela vida, pela liberdade e pela felicidade". Hoje, muitos e muitos anos depois, aprendi bastante, consegui muito do que sonhei, mas não cheguei a descobrir o que vem a ser a felicidade. Ela é uma coisa duradoura? Se for, não fui feliz, pois minha vida tem sido um caminho permeado por sofrimentos, ameaças, inseguranças e dúvidas. Então, será a felicidade um conjunto de momentos, de episódios breves de alegria e paz? E a felicidade é uma experiência individual, ou ela só pode ser coletiva? É mesmo possível ser feliz sozinho?
Com tais pensamentos acordei, meu amigo DUÁ, nessa madrugada de 9.5.2014. E misturei meus sonhos e minhas dúvidas sobre a felicidade com as lembranças que guardo desses nossos 13 anos, nos quais estivemos tão perto, tão juntos. E vim, lenta e silenciosamente, enquanto o canto do galo e o latido dos cães entram pela janela, caminhando nas lembranças daquele início de manhã no qual, trêmulo de emoção e alegria, te segurei nos braços e saímos a passear. Depois cheguei aos banhos juntos ("êêêê baem bom"), às musicas que dançamos, os agarradinhos nas redes, as caminhadas, os passeios de bicicleta, ao contar de aventuras da minha infância, às historinhas sussurradas no escurinho das noites, às nossas brincadeiras nas viagens, as tuas primeiras palavras ditas, as tuas primeiras palavras lidas, as primeiras músicas que cantaste: " - qui lindou qui é di vê o adião, qui foi inventadu pó santu dumão...", as primeiras perguntas gostosas: " - pai, quando a gente fecha os olhos apaga a luz dentro da cabeça da gente?". E o primeiro dente nascido? E o primeiro dia de aula? E as brincadeiras lá no sítio? E a festa eterna que te faz nossa LILA? E os abraços que te dá nosso UAN? E te ver alegre com os amigos? E as lindas musicas que tocas? E ouvir dizerem que és "danado"? E os sorrisos e os abraços que nos dás? E mirar-te todo elegante? E ler os textos lindos que escreves? E te ouvir entrar pela porta?
"Tranc, tranc. Tranc, tranc. Tranc, tranc"... e lá vem o trem rodando. Como sempre o faz a essa hora, embaixo da nossa janela. Implacável aviso do tempo que passa, anunciando que a madrugada acabou, e que o meu recordar vai parar. Logo tua mãe vai acordar, o UAN também vai levantar. O sol começou a raiar. É a vida, que não pode parar.
Mas a minha recomeçará diferente, pois já sei o que é a felicidade. Ela é o filme dos breves e eternos momentos que tivemos juntos, tu, UAN, eu e LILA, nesse trem maluco e desgovernado que é a VIDA!!
Parabéns meu filho DUÁ. E muito obrigado por tanta e tanta felicidade que me deste.
Um abraço bem grandão, e bem longão.
Teu pai.
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