Tudo conspira contra o chamado “parto normal”, ou seja, por via baixa, através da vagina.

1. Há 50 anos, ou mais, as mulheres grávidas não tinham o padrão alimentar que têm hoje. Assim, naquela época, os bebês raramente ultrapassavam, ao final da gravidez, o limite de 3 quilos de peso, com o crânio assumindo dimensões proporcionais a tal peso. Hoje em dia, a maioria dos bebês atinge, ao se aproximar o parto, peso que pode chegar aos 4 quilos, associado a crânio fetal de grandes dimensões.
2. As mulheres nascidas antes dos anos 60 se dedicavam, sobretudo aquelas que viviam em cidades do interior, a muitas atividades físicas, seja na lavoura, na pecuária ou nos inúmeros afazeres domésticos. Com isso, tais mulheres desenvolviam muito a força muscular no abdômen e na pelve, o que facilitava a expulsão transvaginal do feto.

Os dois fenômenos acima tornaram dominante o parto cesáreo, pois hoje em dia os bebês são grandes, o que acarreta um fenômeno denominado “desproporção céfalo/pélvica”. Ou seja, o crânio dos bebês de hoje em dia é maior que o dos bebês de antigamente, dificultando sua passagem através da pelve da mãe. Além disso as mães de hoje adotam um estilo de vida mais sedentário que no passado. Aí, então, sem uma musculatura abdominal desenvolvida torna-se mais difícil para a parturiente expulsar do útero o seu feto.

Além disso, a duração de um parto cesariana é muito inferior à de um parto normal. Enquanto um parto cesárea dura cerca de 1 hora, no chamado parto normal a duração pode chegar a 6 horas, com muito sofrimento para a mãe e para o feto.

Por tal razão, não há como evitar que o parto cesárea se torne, cada vez mais, a opção preferida por grávidas e obstetras.