A medicina não é uma ciência pura, exata, como a matemática ou física teórica, por exemplo. Há mesmo quem diga não ser a medicina sequer uma ciência, sendo tão somente uma atividade que se fundamenta em princípios científicos. Estou dentre os que consideram a medicina uma arte, porque se baseia na avaliação subjetiva, na vivência cotidiana, em valores culturais e até na intuição. Isso torna o médico um profissional que tem a obrigação de usar os bons meios de abordagem e não a obrigação de atingir bons resultados. 

No seu caso há duas orientações conflitantes, que estão a gerar uma angústia decisória:

-A ginecologista (que indicou o exame) apontou um tratamento clínico. 

-A colposcopista (que fez o exame): indicou um tratamento cirúrgico - CAF (cirurgia de alta frequência), para retirar a área suspeita. 

Permita-me, mesmo que eu não seja um ginecologista, dar-lhe uma sugestão:

Agende consulta com outra ginecologista e pergunte-lhe se não é mais prudente fazer uma biópsia dirigida da área alterada, antes de realizar a CAF. 

A partir do resultado da biópsia você tomará a decisão final:

• Se a biópsia confirmar NIC 2 ou 3: a CAF será indicada.
• Se a biópsia mostrar só inflamação ou NIC 1: fazer tratamento clínico e seguimento com colposcopia. Depois de 6 meses você repetirá o preventivo. 

O que você acha? Espero ter-lhe ajudado a tomar uma decisão.