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#46330
Enviado Anônimamente 14/03/2022

O senhor é muito esperto e legal… gosto de passar horas lendo suas respostas e é meio que meu entretenimento nesse tempo sem fazer nada.

obs: se o senhor responder essa mensagem queria saber se o senhor sempre sonhou em ser médico? Ou depois de anos o senhor sentiu uma vontade de entrar pro mundo da medicina?

E só isso mesmo, beijos 😘 Fique com uma poesia que achei na internet e achei interessante e quero ver sua resposta

“ Saia do meu sangue, salamandra!
Parece que não consigo desabafar o suficiente para tirar você da minha mente
A alma te leva por um ciclo até a morte, tiro você do meu sangue para São Pedro
E ainda assim, onde quer que eu vá, parece que você está lá
E aqui estou eu

Não quero mais vender minhas histórias, pare de me pressionar
Algumas histórias não devem ser vendidas
Algumas palavras não devem ser ditas

Eu quero deixá-las de baixo da mesinha para serem esquecidas
Ou lembradas em meus pensamentos
Esbarrei nelas no meio de uma noite, depois de um longo dia na praia
Ou por você, alguma tarde, para folhear com as mãos quentes e gastas depois do trabalho
Eu te amo, mas você não me entende, sou uma verdadeira poeta!
Minha vida é minha poesia, meu amor é meu legado!
Meus pensamentos não são sobre nada, são lindos e de graça

Veja, as coisas que não podem ser compradas
Não podem ser avaliadas, e isso as torna longe do alcance do toque humano
Intocável, seguras, de outro mundo
Incapazes de serem decifradas ou metabolizadas

Algo metafísico
Como uma vista do mar em um dia de verão
No mais perfeito vento da estrada que entra pela janela do carro

Uma coisa perfeita e pronta para fazer parte
Da textura do tecido de algo mais etéreo

Como o Monte Olimpo, onde Zeus enviou Atena
E o resto da praga dos imortais”

Eita menina, se eu estivesse “avulso”, ou não fosse tão apaixonado pela minha adorável mulher, te convidaria pra, soltando gaitadas, ir dar uns rolé.

Mas, deixemos para lá, pois papai-do-céu num quer.


Quanto à medicina, ela entrou na minha vida pelas mãos do tio Zé Cerqueira (pois é, ganhei o nome dele). O conheci quando, aos 8 anos, fui passar as primeiras férias em Parnaiba e me hospedei na casa do adorável Tio Joãozinho. No dia seguinte à minha chegada, lembro-me como se fosse ontem, entra sala a dentro aquela figura agitada, barulhenta, com um sorriso luminoso: era o “Tio Zezim"”, como o chamavam meus primos. Uma das coisas que ele me disse foi: —“José da Mirtinha (minha mãe se chamava Mirtes), você vai ser médico e virá trabalhar com seu tio, aqui em Parnaiba”. Naquele instante eu decidi a qual oficio me dedicaria.


E muito obrigado pela linda poesia que enviaste. Fui um guloso e emocionado devorador de poemas: Vladimir Maiakovski (“em mim a anatomia ficou louca, sou todo coração”), Augusto do Anjos (“como um fantasma que se escondia na solidão da natureza morta, por trás de escuros túmulos, um dia fui me refugiar à tua porta”), Manoel Bandeira (Ändorinha lá fora anda dizendo: “ passei o dia à toa, à toa”. Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste: passei a vida à toa, à toa”).

E o fabuloso Pessoa? E o inigualável Neruda?

Êêêê os poetas. Quem me dera, tio Zezim me tivesse dito, naquele distante junho dos meus 8 anos: - “ Cuida menino, você vai ser poeta. E virá poetar aqui, olhando, cheirando, amando o mar”.


“O mar que nunca se acalma,

mas que acalma minha alma” (esse poeminha hai-kai é meu, e agora também é teu).


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