É, realmente, muito difícil ver um filho passar por algo assim, principalmente quando se trata de um adolescente mais reservado. Vamos por partes, com calma e objetividade.

Sobre a batida na cabeça:

Ele teve uma tontura, caiu e bateu a cabeça.

Fez tomografia, que não mostrou alterações.

Não sente dor nem tontura agora. Apenas está sonolento. Pois isso é tranquilizador.

O principal perigo de uma pancada na cabeça é um sangramento interno (hematoma cerebral), e a tomografia já excluiu isso. A sonolência pode ser apenas um reflexo da tensão emocional, do próprio susto ou de fragilidade geral (alimentação ruim, sono irregular, etc.).

Ora, você me descreveu um jovem: introspectivo e tímido, que não se alimenta bem, com pouca exposição social ou ao sol, que tem queixa de sono e agora apresentou um episódio de tontura. 

Esses elementos levantam hipóteses clínicas comuns em adolescentes:

1. Anemia (por alimentação inadequada)

2. Hipoglicemia ou desidratação leve (pular refeições, beber pouco líquido)

3. Carência de vitamina D ou B12

4. Distúrbios do sono ou excesso de tela

5. Quadro de ansiedade ou depressão leve/moderada

6. Crise vasovagal (desmaio benigno) — que pode ter causado a tontura e queda.

O que você deverá fazer:

1. Exames de sangue, básicos: 

• Hemograma completo

• Ferritina e ferro sérico

• B12, ácido fólico

• Vitamina D

• Glicemia em jejum

• Função hepática e renal

• TSH, T3, T4 (para ver a tireoide)

2. Observação por mais 2–3 dias:

Se ele não apresentar dor de cabeça forte, vômitos, alteração no comportamento ou visão, fique tranquila. A sonolência pode ser transitória. Veja se melhora com alimentação, descanso e rotina regular.

3. Melhorar a rotina dele aos poucos:

Tente que ele tome um pouco de sol pela manhã, 10–15 min.

Incentive refeições pequenas, frequentes e nutritivas

Estimule alguma atividade física (pedalar ou fazer caminhadas, com você), ou frequentar uma academia.

Reduzir tempo de tela antes de dormir.

4.Se ele for muito fechado, tímido, sem amigos, pode estar vivendo alguma forma de tristeza profunda ou desmotivação. Um psicólogo adolescente pode ajudar, mesmo que ele resista no início. Às vezes basta uma boa escuta.

E você, mãe?:

Você está fazendo o certo: buscou atendimento, está observando e vai fazer exames complementares.

Não se culpe, nem entre em desespero. Você está sendo uma mãe atenta, firme e cuidadosa — e isso, no final, faz toda a diferença.