As garrafadas são um produto da medicina popular formada pela combinação de cachaça, água, mel, ou vinho, e elementos de origem vegetal, tais como cascas, frutos, folhas, raízes ou flores (secas ou frescas). O produto dessa mistura fica, então, guardado num armário escuro, em maceração (apodrecendo) por três dias. Muitos raizeiros, curandeiros e benzedeiras ainda costumam enterrar a garrafada preparada, durante 4 a 5 dias. Há garrafada para problemas nos rins, no fígado, no coração, além de tratarem bronquites, fraqueza sexual, “afinamento’ do sangue, etc. 

Acredita-se que manter o segredo das fórmulas das garrafadas seja essencial à eficácia das porções mágicas, que são vistos como remédios divinos, mágicos. O apelo místico ainda permanece fortemente atrelado à medicina popular, prometendo  'curas milagrosas'. 

Na comunidade quilombola de Olho D'água dos Pires (Piauí), a planta conhecida como mussambê é frequentemente empregada no preparo de uma famosa garrafada indicada para gripes e tosse. Na Amazônia, garrafadas para tratamento de malária também são tradicionalmente usadas entre índios que residem na região do Rio Negro.

É possível encontrar garrafadas disponíveis para a venda em feiras livres e mercados populares em várias regiões do Brasil, mas é no mercado Ver-o-Peso, em Belém do Pará, onde as garrafadas ganham destaque. Nesses locais, esses produtos, preparados e mantidos por grupos culturais, como raizeiros, rezadores, curandeiros e vendedores de plantas medicinais, são vendidos livremente. Nos últimos anos a divulgação e o comércio das garrafadas têm crescido muito, através da internet.

Não existe legitimidade científica acerca desse tipo de produto. As garrafadas não são reconhecidas como medicamentos, nem como plantas medicinais ou qualquer outro tipo de produto para saúde pela autoridade sanitária no Brasil (ANVISA). 

Além disso, consumir garrafadas pode causar infecções intestinais, gastrite, hepatite aguda e muitas outras enfermidades.