Então tu e tua filha têm sofrido maus-tratos praticados pelas equipes de médicos e atendentes do posto de saude do SUS, próximo da tua casa?

E já foste reclamar disso no Disque Saúde 136 - a eficiente Ouvidoria do SUS - que tem por missão proteger os direitos dos cidadãos brasileiros quando buscam os serviços médicos públicos?

Olha moça, me impressionaste: que coisa linda, emocionante, tem sido tua atitude, exemplo do exercício pleno da cidadania!! O único detalhe de todo esse enredo bem brasileiro é o de que nada mudou. Ou seja, como dizes: “… e nada! “. Agora vens a mim, perguntando: “… E aí, o que eu faço??”.

Oh, meu anjo, o que posso fazer eu, face a tanta candura e tamanha temperança da tua parte? O que te dizer, sem que isso arranhe teu senso de merecimento e de justiça, tua confiança nas boas intenções e propósitos dos nossos governantes!

Bem, vamos ver… Do alto da minha longa experiência como médico e como cidadão de olhar atento para as regras de convívio social que vigoram nesse gigantesco manicômio chamado Brasil, só encontro na memória dois tipos de solução de grande eficiência, que vi serem adotadas no passado, para desafios semelhantes a esse no qual te encontras:

Opção 1: Contratas um policial militar para que o mesmo te acompanhe e à tua filha, na próxima visita de vocês ao tal posto de saude. O policial contratado, homem de porte hercúleo, consciente do seu poder de convencimento, deverá portar uniforme militar completo, sem esquecer da arma na cintura. Ao se aproximarem do balcão de atendimentos, tu e tua filha deverão guardar absoluto silêncio. Somente teu protetor se dirigirá à atendente. E, com voz tonitruante, ele falará, dizendo-lhe: - “Bom dia, estou de plantão, muito apressado e, por isso, vamos cuidar de atender logo minha mulher e minha filha. Preciso voltar logo pro quartel”.

A partir daí vocês serão tratadas como princesas. E te sentirás a própria Theda Bara. Será a glória.

Opção 2: Esse é um roteiro mais tortuoso (porém muito eficiente) caso não te seja possível viabilizar a opção 1: Procure contato (isso não será difícil) com o empresário que exerce, no teu bairro, o monopólio da atividade de comercialização de produtos recreativos psicoativos de origem natural. Relate ao moço, de modo muito gentil, suave e breve, a experiência pela qual estás passando no tal posto de saúde e peça que ele te ajude. Não esqueça de dizer-lhe que muito o admiras e respeitas. E que lhe serás muito grata, estando sempre à disposição para retribuir pela atenção recebida.

Boa sorte.

Obs. Não esqueça de me informar qual das duas opções você escolheu e qual o resultado prático da iniciativa.

Sim, antigamente havia mais uma opção, que era a de pedir ajuda ao vereador com mais influência no bairro. Mas, hoje em dia as coisas mudaram e o pedido de um vereador mais atrapalha que ajuda.