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#46043
Enviado Anônimamente 14/12/2021

Boa tarde!
Minha bebê tem 1 ano e 1 mês... Tô querendo tirar a mama, mas tô com dificuldade, principalmente à noite.
Ela acorda algumas vezes à noite e só volta a dormir quando mama.
Tô me organizando pra tirar a mama e gostaria de orientação.
Ela se alimenta bem. Não tem restrição nenhuma.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial de Saúde, o aleitamento materno deve ser mantido até os dois anos de idade, sendo que nos primeiros 6 meses de vida, o bebê deve ser alimentado exclusivamente de leite, não recebendo nenhum outro tipo de alimento, e a partir de então é feita a introdução de novos alimentos.

A partir dos 7 meses de idade, com a introdução alimentar, pode ser iniciado o “desmame gentil” ou gradual que deve ter orientação do pediatra, e que é feito através da diminuição da quantidade de mamadas ou da sua duração, para que não gere traumas ou insegurança no bebê, além de não atrapalhar o seu desenvolvimento emocional e crescimento. 



O ideal é que o desmame ocorra de forma gradual e natural, fazendo com que a própria criança passe a demonstrar menor interesse pela amamentação e maior aceitação de alimentos variados, o que ocorre, geralmente, entre os 2 e 4 anos, levando ao desmame total, que consiste na interrupção completa da amamentação no peito. 


Embora nem sempre seja fácil realizar o processo de “desmame gentil”, existem algumas técnicas que facilitam o desmame de forma e que devem ser feitas com a supervisão do pediatra.

Algumas formas de fazer o desmame gentil são:


1. Diminuir a quantidade das mamadas

Este cuidado é importante porque, ao diminuir a quantidade de vezes que o bebê mama, a produção de leite materno também vai diminuindo no mesmo ritmo, e assim, a mãe não fica com os seios pesados e cheios de leite.

Para que isto seja feito de forma gradual, sem prejudicar a mãe nem o bebê, pode-se, a partir dos 7 meses do bebê, substituir um horário de uma mamada por uma refeição, uma vez por semana, por exemplo, e ir aumentando essa frequência gradativamente. Nesta fase é importante ficar atento a possíveis sinais de que o bebê pretende substituir a amamentação, como, por exemplo, demonstrar menos interesse pelo peito num determinado horário. O que se pode fazer nesse caso é dar preferência a esse horário para fazer a refeição de substituição da amamentação. 

2. Diminuir a duração das mamadas

Uma outra boa técnica para realizar um desmame sem traumas é diminuir o tempo que o bebê mama em cada mamada. Por exemplo, se o bebê normalmente fica cerca de 20 minutos em cada mama, o que se pode fazer é deixá-lo mamar somente 15 minutos em cada peito e, em cada semana, ir diminuindo mais um pouco esse tempo.

No entanto, não se deve forçar o bebê para sair do peito, sendo importante que a mãe mantenha o mesmo tempo de antes para continuar a dar atenção ao bebê depois da mamada, brincando com ele, por exemplo. Assim o bebê passa a associar que o peito da mãe não é só para mamar, mas que também pode servir para um momento de brincadeira e afeto. 

3. Pedir para outra pessoa dar as refeições ao bebê

É normal que, quando o bebê está com fome, associe a presença da mãe à vontade de mamar. Assim, quando a mãe tem dificuldade em dar as refeições ao bebê, em vez da mamada, pode ser uma boa opção pedir para outra pessoa, como o pai ou a avó, para fazer isso.

Se ainda assim o bebê continuar querendo mamar, a quantidade de leite que irá beber deve ser menor que o normal.

4. Não oferecer a mama

A partir de 1 ano de idade o bebê já pode comer praticamente de tudo e, por isso, se a criança tem fome pode comer outra coisa em vez de mamar. Uma boa estratégia para facilitar o desmame é que a mãe não ofereça o peito nem use blusas que facilitem o acesso do bebê ao peito, dando de mamar somente de manhã e à noite. Quando o bebê estiver perto dos 2 anos de idade, deve-se oferecer a mama nestes horários apenas se a criança pedir. 

No entanto, é importante nunca recusar o peito se a criança tiver vontade de mamar, seguindo o método do “não oferecer e não recusar”.

5. Dar suporte emocional à criança

A amamentação no peito é um momento de contato íntimo do bebê com a mãe, por isso, na fase de desmame gradual, é importante dar suporte emocional ao bebê, como manter o tempo, que antes era da mamada, para ter mais tempo de qualidade juntos, com brincadeiras ou atividades como ler um livro, cantar uma música ou uma canção de ninar, por exemplo.

Como fazer o desmame noturno 

O desmame noturno deve ser a última etapa do processo de desmame da criança, sendo que não há idade certa para iniciar, mas é importante que o bebê já esteja preparado para isso, o que pode variar de criança para criança. Além disso, é importante que a rotina diária do bebê já esteja bem estabelecida, como horários de refeições, brincadeiras e soneca, pois isso faz com que bebê tenha menos tendência para acordar durante a noite, acabando, também, por não ter vontade de mamar.

Além disso, quando o bebê aprende a dormir sozinho e já não precisa da mama para se acalmar antes do sono, é uma boa hora para parar de oferecer a mama antes de dormir. Mas este é um processo que pode demorar vários meses e que não deve ser apressado. 

Como alimentar o bebê que parou de mamar 

Normalmente, o bebê começa a se alimentar com alimentos sólidos após os 6 meses de vida, e até 1 ano de idade, ele pode ir comendo suas papinhas ou outros alimentos, intercalando com as mamadas ou a mamadeira. 


Após 1 ano de vida, o bebê pode mamar ou tomar a mamadeira somente quando acorda e antes de ir dormir, à noite. Em todas as outras refeições ele deve comer legumes, frutas, carnes magras e produtos lácteos, desde que não tenha nenhuma alergia ou intolerância alimentar. 


Se o bebê mamar até os 2 anos de vida, nessa fase ele já deve estar habituado a comer de tudo, fazendo as refeições à mesa, com a mesma comida dos pais, e por isso quando a amamentação chegar ao fim, não será necessário nenhum suplemento, devendo-se ter somente o cuidado de oferecer sempre alimentos saudáveis e nutritivos para que a criança possa crescer saudável. 


Texto de autoria da Dra. Beatriz Beltrame. Pediatra.


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